Mãe Denise de Sobá

Denise Terezinha Ferreira Palhares, conhecida como Mãe Denise Ti Sobá, nasceu em 11 de outubro de 1960. Filha de Maria Pires de Morais, umbandista por muitos anos, tem a espiritualidade enraizada em suas veias.

FOTO Mãe Denise de Sobá

Desde jovem acompanhava sua mãe às sessões de umbanda na casa da Madrinha Cida, o Centro Espírita Caboclo Beira Mar, no bairro do Saboó, onde começou a sentir as manifestações de suas entidades.

Freqüentadora assídua do terreiro de Madrinha Cida, aos 13 anos Mãe Denise tem a sua primeira experiência com a espiritualidade e desde então não parou mais. Com o passar dos anos sua mediunidade fluía cada vez mais, alcançando maturidade e trabalhando melhor com suas entidades, conseguindo ajudar ao próximo fazendo a caridade por meio de seu caboclo.

No ano de 1981 se casa com Pai Valter, com quem constrói, até hoje, uma parceria de vida baseada no amor e respeito que, com muita dificuldade, em maio de 1987, culminou no nascimento de seu único filho, Victor Ferreira Palhares, hoje babalaxé do Egbé Jurema Nagô – Casa de Ogun.

Nascida para ser Yalorixá, Mãe Denise naturalmente desponta entre seus irmãos de terreiro, fazendo com que muitos se sintam ofuscados pelo seu dom, resultando em sua expulsão do terreiro no ano de 1988.

Já casada, Mãe Denise não procurou nenhum outro lugar para se cuidar espiritualmente, quando em novembro de 1989, com a iniciação de seu esposo, tem seu primeiro contato com o candomblé. Meses depois, por meio das necessidades de Pai Valter, conhece a nação Jurema Nagô e sua mentora Yá Quitéria de Yansã, com quem aprendeu muitas coisas antes de sua partida para o Orun. Coisas sobre o axé que são guardadas até hoje.

Junto com Pai Valter constrói o primeiro barracão em 1992 e, assim como na vida, passa a ser sua parceira no candomblé.

Em 1993, Mãe Denise entrega sua cabeça para Iemanjá Sobá através do Encantado “Zé Vaqueiro” e desde então é um instrumento das vontades dos Orixás, Mestres e Encantados, estando a frente do “Egbé Jurema Nagô Ogun Akekòó ní Olorun”.

No ano 2000 Mãe Denise descobre uma doença que seria um marco em sua vida. Mãe Denise foi diagnosticada com câncer de mama nas duas mamas tendo que passar por intervenção cirúrgica para retirada das células cancerígenas.

FOTO Iemanjá Sobá de Mãe Denise

Com esse fato, Mãe Denise se afastou de suas funções na casa. Não “dava santo” derivado as suas restrições físicas e psicológicas, entretanto nunca se ausentou do barracão. Passou a exercer outras funções.

Conseqüentemente Pai Valter passou a ter a responsabilidade centralizada sobre seus ombros.

Por intermédio do caboclo de Pai Valter, Mãe Denise recebe a missão de resgatar a imagem das religiões de matrizes africanas e afro-brasileiras e também resgatar a essência das religiões: os bons costumes, a decência, a honestidade, o respeito e a união entre todas as crenças. Com esses objetivos, em dezembro de 2006, foi criada a Associação Espiritualista Jurema Preta (AEJP) a qual é presidida pela própria Mãe Denise.

Após fundar a AEJP, Mãe Denise se engajou em muitos projetos e assim se preparando por meio de seminários, workshops, palestras e cursos de capacitação, buscando estar sempre atualizada para melhor representar e defender os interesses da comunidade do axé, estando envolvida em políticas públicas e afirmativas, como:

  • Coordenadora do Núcleo Intecab SV/Baixada Santista desde 2012
  • Fundadora e presidente da Associação Espiritualista Jurema Preta na União das Crenças desde dezembro de 2006
  • Conselheira do Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra de Santos desde 2007 e Vice presidente do mesmo Conselho desde 2013
  • Conselheira e fundadora do Conselho da Comunidade Negra de Mongaguá desde 2011
  • Conselheira do Conselho da Saúde de Santos desde 2007
  • Conselheira do Comitê Metropolitano da Saúde da População Negra do Estado de São Paulo desde 2009
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